Indicação Geográfica da Linguiça Blumenau é uma boa alternativa para valorização dessa tradicional iguaria, a ideia é criar uma identificação do produto com o Vale Europeu.

Um dos aspectos singulares da cultura, a gastronomia, revela elementos simbólicos do cotidiano que representam as tradições do povo catarinense, e formam um patrimônio que traduz o que não é dito, mas sentido. Com a preocupação de salvaguardar essa representatividade, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), é responsável pelo registro da Indicação Geográfica (IG).

O registro é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado. São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer. Um atrativo a mais para o reconhecimento de um produto e o consequente avanço econômico da região fabricante.

Com a Indicação Geográfica, a linguiça produzida na região do Vale Europeu, passa a estruturar informações sobre o produto e a realidade local, que irá resultar na construção das características, processos e limitações territoriais da Linguiça Blumenau para obtenção do registro, que deve acontecer no fim do ano.

A Linguiça Blumenau é um produto genuíno que atravessou gerações e segue sendo produzida com a mesma receita artesanal trazida pelos colonizadores alemães. A original tem carnes nobres do porco, geralmente pernil e paleta, além do toucinho lombar. A defumação é outra marca registrada do produto. O processo é natural e deve durar dois dias. Essas características e ingredientes também serão protegidos pela Indicação Geográfica.

Para que a Linguiça Blumenau mantenha a identidade regional, nove produtores de Linguiça Blumenau do Vale Europeu estão empenhados em obter o selo do IG. Uma vez emitido, só poderá ser considerada linguiça Blumenau a iguaria que for produzida em Blumenau, Gaspar, Indaial, Timbó e Pomerode.

Além da Linguiça Blumenau do Vale Europeu, outras regiões com produtos característicos estão pleiteando o reconhecimento de Indicação Geográfica. Entre eles estão, as ostras de Florianópolis, o camarão de Laguna, a cachaça e a banana de Luiz Alves e a maça Fuji de São Joaquim, junto a outros produtos com identidade territorial – como o mel de Melato de Bracatinga, a goiaba Serrana, o queijo Serrano, o Frescal e os vinhos de Altitude.